Audiodescrição do espetáculo "Na solidão dos campos de algodão", com dramaturgia e encenação de Zia Soares. 

Duração aproximada: 75 minutos 

Classificação etária: M/14

Datas e horários:

  • 18 a 22 de setembro | Quarta a Sábado 21h00 | Domingo 17h00;
  • 27 a 29 de setembro | Sexta e Sábado 21h00 | Domingo 17h00.

Sessão com ILGP e conversa com o público: 22 de setembro | Domingo 17h00

Através do novo serviço "Sopradores De Imagens", disponível a partir deste mês de setembro, com o objetivo de tornar as suas peças mais acessiveis aos espetadores cegos e com baixa visão, já será possível o acesso por cidadãos com deficiência visual a todos os espetáculos do Teatro Ibérico. Este serviço funciona através de mediação humana e personalizada de um voluntário que descreve os elementos ao ouvido do espetador. Está disponivel em qualquer sessão dos espetáculos.

Para usufruir deste serviço deve:

1.º - Fazer a reserva junto do teatro, indicando que terá o acompanhamento de um soprador de imagens através dos contactos: 927 500 092 ou producao@teatroiberico.org.

2.º - Contactar os “Sopradores de Imagens” para solicitar um soprador através dos contactos: 911 531 627 ou sopradoresdeimagens@gmail.com.

Sinopse:

"Na solidão dos campos de algodão acontece no espaço do deal, da transação ilegal, quando quatro homens se encontram. Em dueto, em cânone, em eco ou em coro, os quatro alternam e sobrepõem-se nos papéis de dealer, de cliente e deles mesmos. Sobre eles não se sabe mais nada, nem sequer os seus nomes.

Tomados pelo medo e pela audácia, embrenham-se numa ostensiva sucedânea de densos solilóquios - quando um toma a palavra os outros interferem buscando obsessivamente o grotesco que na fala subjaz.
Na Cena, os quatro são como que animais acuados num território em que uns vigiam e os outros são vigiados, uns dominam e os outros são dominados. Sem nunca nomearem o desejo, uns desejam e os outros também. Encaram-se corpo a corpo experimentando mecanismos discursivos e estéticos que possibilitem a erupção de pensamentos até então encerrados na memória dos seus corpos vezes demais retratados como marginais, estrangeiros enraivecidos e sujos.

Este espetáculo também é, também pode ser, uma autópsia do que acontece

dentro destes corpos brutalizados que tentam escapar à solidão do processo de desumanização a que estão sujeitos.

E quando finalmente a dor e a vergonha partilhadas os obriga a verem-se a si próprios nos outros, digladiam-se violentamente numa arena de diálogo e morte.

É um combate físico, mas também interno e dialéctico, onde as palavras

ultrapassam-se e são ultrapassadas.

Afinal, o que buscam estes homens? O que vendem e o que querem comprar?

Qual o desejo que os queima? Qual o ódio que os move? Quão longe são

capazes de ir?"

 

Fonte: Teatro Ibérico